Depois
dos asteróides, é a vez de se descobrir moléculas da vida em cometas. A
glicina, um dos 20 aminoácidos conhecidos – que juntos fabricam
milhares de proteínas diferentes em todos os seres vivos –, foi
recolhida pela sonda espacial Stardust da NASA, a partir da cauda do
cometa Wild 2.
A sonda da NASA passou a 2 de Janeiro de“A nossa descoberta dá força à teoria de que
alguns dos ingredientes da vida se formaram no espaço e chegaram à
Terra há muito tempo, através de impactos de meteoritos e cometas”,
disse Jamie Elsila, do Goddard Space Flight Center da NASA, que fica em
Greenblet, em Maryland. A investigadora é a primeira autora do artigo
que descreve a descoberta, e que será publicado na revista "Meteoritics
and Planetary Science".
2004 pela região de poeira e gás que rodeia o núcleo gelado do Wild 2.
Alguma da poeira ficou retida numa grelha de aerogel, constituída por
um material que é 99 por cento espaço vazio. A grelha ficou numa
cápsula que saiu da sonda e aterrou na Terra dois anos depois.
Os
cientistas tiveram que se certificar de que a glicina foi mesmo
fabricada no espaço. Para isso mediram a quantidade de carbono 13, uma
variação do carbono que existe em maior quantidade no espaço e também
em maior quantidade na glicina.
“A descoberta de glicina num
cometa suporta a ideia de que os tijolos fundamentais da vida
prevalecem no espaço, e reforça o argumento de que a vida no universo
pode ser mais comum do que rara”, disse Carl Pilcher, director do
Instituto de Astrobiologia da NASA.