Sexo com parceiro conhecido na web é cada vez mais comum entre jovens
DÉBORA YURI
colaboração para a Folha de S.Paulo
O caminho das pedras: Orkut, MSN, celular, shopping... e cama.
"Perdi a virgindade com um menino que conheci no Orkut", conta Bia*,
15. "Ele era amigo de uma amiga, achei ele bonito e o adicionei."
Foi ela quem deu o primeiro passo na paquera -no mundo virtual, isso
significa escrever ao garoto em sua página na rede social mais popular
do país.
"Depois do Orkut, trocamos MSN, celular, e aí marcamos de nos ver no
shopping", lembra. Do primeiro encontro na internet ao primeiro "date"
real, o casal levou 20 dias e incontáveis palavras digitadas; ficaram
nove meses juntos.
"Conheci meu ex no Orkut, nós dois gostamos de coral. Ele me
adicionou lá e no MSN, a gente se "falava" todo dia. Um dia, combinamos
de dar um rolê. Aí, rolou", diz Ana*, 17.
Romances como os de Bia e Ana são cada vez mais comuns. Pesquisa do
Ministério da Saúde sobre comportamento sexual, divulgada em junho,
mostrou que 10,5% dos jovens sexualmente ativos de 15 a 24 anos
transaram com ao menos um parceiro que conheceram pela rede nos últimos
12 meses.
"Nunca entrei em sala de bate-papo, acho melhor xavecar pelo Orkut.
Você vê que a menina existe, olha suas fotos, seus amigos", fala
Bernardo Todesco, 19, que tem no currículo uma transa nascida na web.
"A gente era membro de várias comunidades das mesmas bandas", ele
conta. "Aí, eu escrevi pra ela: "Oi, você gosta das mesmas coisas que
eu...'".
Depois do xaveco, o roteiro até a cama é conhecido: pularam para o
MSN, o celular e, dois meses depois, se encontraram num shopping.
"Saímos mais algumas vezes, ficamos por um tempo", diz ele.
Palmeirenses ferrenhos e namorados há 18 meses, Juliana Dourado, 18,
e Paulo Momm, 21, se conheceram numa comunidade virtual do time. "Eu
reparava nele porque ele sempre fazia comentários divertidos,
inteligentes. Aí, deixei um scrap no seu Orkut", ela conta.
Para o "affair" virtual virar real, Paulo, que morava em Campo
Grande (MS), viajou a São Paulo. "Ficamos, eu voltei, e aí resolvi
mudar de cidade. Consegui vaga de trainee aqui e estou perto dela. De
verdade."
* Nomes fictícios.
DÉBORA YURI
colaboração para a Folha de S.Paulo
O caminho das pedras: Orkut, MSN, celular, shopping... e cama.
"Perdi a virgindade com um menino que conheci no Orkut", conta Bia*,
15. "Ele era amigo de uma amiga, achei ele bonito e o adicionei."
Leticia Moreira/Folha Imagem |
Juliana Cristina Capua Dourado, 18, e Paulo César Estevão Momm, 21, se conheceu pelo Orkut e namora há um ano e cinco meses |
Foi ela quem deu o primeiro passo na paquera -no mundo virtual, isso
significa escrever ao garoto em sua página na rede social mais popular
do país.
"Depois do Orkut, trocamos MSN, celular, e aí marcamos de nos ver no
shopping", lembra. Do primeiro encontro na internet ao primeiro "date"
real, o casal levou 20 dias e incontáveis palavras digitadas; ficaram
nove meses juntos.
"Conheci meu ex no Orkut, nós dois gostamos de coral. Ele me
adicionou lá e no MSN, a gente se "falava" todo dia. Um dia, combinamos
de dar um rolê. Aí, rolou", diz Ana*, 17.
Romances como os de Bia e Ana são cada vez mais comuns. Pesquisa do
Ministério da Saúde sobre comportamento sexual, divulgada em junho,
mostrou que 10,5% dos jovens sexualmente ativos de 15 a 24 anos
transaram com ao menos um parceiro que conheceram pela rede nos últimos
12 meses.
"Nunca entrei em sala de bate-papo, acho melhor xavecar pelo Orkut.
Você vê que a menina existe, olha suas fotos, seus amigos", fala
Bernardo Todesco, 19, que tem no currículo uma transa nascida na web.
"A gente era membro de várias comunidades das mesmas bandas", ele
conta. "Aí, eu escrevi pra ela: "Oi, você gosta das mesmas coisas que
eu...'".
Depois do xaveco, o roteiro até a cama é conhecido: pularam para o
MSN, o celular e, dois meses depois, se encontraram num shopping.
"Saímos mais algumas vezes, ficamos por um tempo", diz ele.
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Palmeirenses ferrenhos e namorados há 18 meses, Juliana Dourado, 18,
e Paulo Momm, 21, se conheceram numa comunidade virtual do time. "Eu
reparava nele porque ele sempre fazia comentários divertidos,
inteligentes. Aí, deixei um scrap no seu Orkut", ela conta.
Para o "affair" virtual virar real, Paulo, que morava em Campo
Grande (MS), viajou a São Paulo. "Ficamos, eu voltei, e aí resolvi
mudar de cidade. Consegui vaga de trainee aqui e estou perto dela. De
verdade."
Arte/Folha de S.Paulo | ||
* Nomes fictícios.