Com pequenos empresários, internet chega a 74% do país
JULIO WIZIACK
da Folha de S.Paulo
Pequenos e médios empreendedores estão levando a internet em banda larga a regiões do país onde as teles ainda não chegaram por desinteresse comercial. Há sete anos, esse grupo era formado por 66 empresários. Hoje, são 1.236 cobrindo 74% do território nacional. Em 2002, atuavam em 49% do país.
A procura pelos serviços prestados por esses empresários já responde por 2,2% do total de conexões no país. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) registrou 12,1 milhões de conexões no segundo trimestre deste ano, incluindo todas as tecnologias.
O engenheiro civil Rodrigo Sonda, 34, começou nesse negócio por acaso. Em 2003, queria interligar os sistemas de comunicação de suas empresas em Cascavel, no interior do Paraná. Na ocasião, a Brasil Telecom não tinha um produto específico para atendê-lo e vendia 512 Kbps de velocidade de conexão por R$ 4.000 mensais. "Era a única opção", diz Sonda.
Após detectar ali uma oportunidade de negócio, ele obteve licença da Anatel para vender banda larga e fundou a Dipelnet, com investimento inicial de R$ 200 mil. Até hoje a empresa já aplicou R$ 2,5 milhões na implantação de uma rede que espalha o sinal de internet por ondas de rádio em 18 municípios para mais de 6.000 clientes, sendo 40% na área rural.
A procura aumentou tanto que a Dipelnet vai desembolsar mais R$ 1 milhão para o lançamento de um novo produto: a TV via internet. "Já fechamos contrato com canais abertos e estamos negociando com os fechados", diz Sonda.
Qualquer cidade com telefone público possui infraestrutura mínima necessária para o surgimento de provedores. Para atuar nesse ramo, eles contratam "links" (sinais de internet) das grandes operadoras que enviam o sinal até a central telefônica da localidade.
Dali, esses empreendedores puxam o sinal para sua própria rede por meio de cabos e costumam espalhá-lo para seus clientes via ondas de rádio. Para recebê-lo, o cliente precisa ter um aparelho receptor específico. Motorola e Cisco são os principais fabricantes desse tipo de equipamento.
Essa solução é usada pela i+, no Amazonas. De Manaus, onde ficam suas antenas, ela consegue enviar sinal para cidades a até 400 km de distância. No meio da floresta amazônica, um cliente em Tocantins recebeu esse sinal e passou a vendê-lo para os moradores. A população ali é de 15 mil habitantes.
Esse negócio deu tão certo que a i+ já recebeu sua primeira proposta de compra. Segundo Jefferson Sedlacek, dono da i+, o negócio não saiu porque a empresa vale pelo menos R$ 8,5 milhões. "A oferta era inferior." Nos próximos anos, especialistas acreditam que essas empresas serão adquiridas pelas grandes operadoras.
JULIO WIZIACK
da Folha de S.Paulo
Pequenos e médios empreendedores estão levando a internet em banda larga a regiões do país onde as teles ainda não chegaram por desinteresse comercial. Há sete anos, esse grupo era formado por 66 empresários. Hoje, são 1.236 cobrindo 74% do território nacional. Em 2002, atuavam em 49% do país.
A procura pelos serviços prestados por esses empresários já responde por 2,2% do total de conexões no país. A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) registrou 12,1 milhões de conexões no segundo trimestre deste ano, incluindo todas as tecnologias.
Cesar Machado/Folha Imagem |
Rodrigo Sonda, dono da Dipelnet, atuante no PR; banda larga chega a 74% do país |
Após detectar ali uma oportunidade de negócio, ele obteve licença da Anatel para vender banda larga e fundou a Dipelnet, com investimento inicial de R$ 200 mil. Até hoje a empresa já aplicou R$ 2,5 milhões na implantação de uma rede que espalha o sinal de internet por ondas de rádio em 18 municípios para mais de 6.000 clientes, sendo 40% na área rural.
A procura aumentou tanto que a Dipelnet vai desembolsar mais R$ 1 milhão para o lançamento de um novo produto: a TV via internet. "Já fechamos contrato com canais abertos e estamos negociando com os fechados", diz Sonda.
Qualquer cidade com telefone público possui infraestrutura mínima necessária para o surgimento de provedores. Para atuar nesse ramo, eles contratam "links" (sinais de internet) das grandes operadoras que enviam o sinal até a central telefônica da localidade.
Dali, esses empreendedores puxam o sinal para sua própria rede por meio de cabos e costumam espalhá-lo para seus clientes via ondas de rádio. Para recebê-lo, o cliente precisa ter um aparelho receptor específico. Motorola e Cisco são os principais fabricantes desse tipo de equipamento.
Essa solução é usada pela i+, no Amazonas. De Manaus, onde ficam suas antenas, ela consegue enviar sinal para cidades a até 400 km de distância. No meio da floresta amazônica, um cliente em Tocantins recebeu esse sinal e passou a vendê-lo para os moradores. A população ali é de 15 mil habitantes.
Esse negócio deu tão certo que a i+ já recebeu sua primeira proposta de compra. Segundo Jefferson Sedlacek, dono da i+, o negócio não saiu porque a empresa vale pelo menos R$ 8,5 milhões. "A oferta era inferior." Nos próximos anos, especialistas acreditam que essas empresas serão adquiridas pelas grandes operadoras.