Internet mantém no ar rádios fechadas por Chávez
Algumas das 34 emissoras de rádio que foram fechadas, há cerca de
duas semanas, pelo governo da Venezuela por supostamente não
terem autorização para operar, encontraram na internet uma forma
de continuar com sua programação.
É o caso da rádio CNB, de Caracas, que, a não ser por eventuais
lembretes de seus locutores de que foi fechada pelo governo,
continua transmitindo notícias, músicas e intervalos comerciais.
Desde que a CNB começou a transmitir a programação pela internet,
o número de acessos ao site da emissora quadruplicou, de acordo
com seu proprietário, Nelson Belfort.
Mesmo assim, segundo ele, a audiência não é a mesma de quando a
emissora transmitia via rádio.
"São estruturas e públicos totalmente distintos. Antes
podíamos chegar potencialmente a quatro ou cinco milhões de
habitantes de Caracas, por meio de um serviço gratuito e
instantâneo. Internet é outra coisa", disse Belfort em
entrevista a Yolanda Valery, repórter da BBC Mundo na Venezuela.
Segundo ele, além de ser uma forma de "protesto" contra
o fechamento das rádios, que alguns interpretam como uma medida
de caráter político, a emissora continua funcionando para
fornecer conteúdo a outras rádios da rede, que ainda estão no ar
no interior do país.
De acordo com Belfort, no entanto, a transmissão apenas pela
internet é provisória, e deve durar apenas enquanto a
"onda" de fechamentos ordenada pela Comissão Nacional
de Telecomunicações (Conatel) continuar.
Ele afirma ainda que as rádios se preparam para entrar com uma
ação contra a Conatel no Supremo Tribunal de Justiça da
Venezuela, mas admite "que não deve ser fácil".
Efeitos mistos
Duas semanas depois do anúncio do fechamento das 34 estações de
rádio, os efeitos da medida entre a opinião pública parecem
pouco claros.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Hinterlaces, 72% dos
venezuelanos acreditam que as medidas contra as rádios não são
prioritárias para o bem estar do país.
Mesmo assim, a medida não causou os protestos e a comoção
nacional que alguns previam, apesar de continuar dividindo opiniões.
"Eu diria que a situação é perfeitamente normal, porque se
está levando adiante um processo dentro da legalidade",
disse à BBC Mundo o analista político Alberto Aranguibel, que
defende a medida.
"Houve uma reação de um setor que agrupa empresas privadas
de radiodifusão, mas não houve maiores convulsões", diz
Aranguibel, que afirma, inclusive, que a medida recebeu o apoio
de algumas empresas.
Já Nelson Belfort, dono da CNB, disse que "ficou chocado por
ver um trabalho de gerações destruído pelo capricho de um
presidente (Hugo Chávez) que quer acabar com a liberdade de
pensamento e os meios independentes".
Fonte:G1
Algumas das 34 emissoras de rádio que foram fechadas, há cerca de
duas semanas, pelo governo da Venezuela por supostamente não
terem autorização para operar, encontraram na internet uma forma
de continuar com sua programação.
É o caso da rádio CNB, de Caracas, que, a não ser por eventuais
lembretes de seus locutores de que foi fechada pelo governo,
continua transmitindo notícias, músicas e intervalos comerciais.
Desde que a CNB começou a transmitir a programação pela internet,
o número de acessos ao site da emissora quadruplicou, de acordo
com seu proprietário, Nelson Belfort.
Mesmo assim, segundo ele, a audiência não é a mesma de quando a
emissora transmitia via rádio.
"São estruturas e públicos totalmente distintos. Antes
podíamos chegar potencialmente a quatro ou cinco milhões de
habitantes de Caracas, por meio de um serviço gratuito e
instantâneo. Internet é outra coisa", disse Belfort em
entrevista a Yolanda Valery, repórter da BBC Mundo na Venezuela.
Segundo ele, além de ser uma forma de "protesto" contra
o fechamento das rádios, que alguns interpretam como uma medida
de caráter político, a emissora continua funcionando para
fornecer conteúdo a outras rádios da rede, que ainda estão no ar
no interior do país.
De acordo com Belfort, no entanto, a transmissão apenas pela
internet é provisória, e deve durar apenas enquanto a
"onda" de fechamentos ordenada pela Comissão Nacional
de Telecomunicações (Conatel) continuar.
Ele afirma ainda que as rádios se preparam para entrar com uma
ação contra a Conatel no Supremo Tribunal de Justiça da
Venezuela, mas admite "que não deve ser fácil".
Efeitos mistos
Duas semanas depois do anúncio do fechamento das 34 estações de
rádio, os efeitos da medida entre a opinião pública parecem
pouco claros.
De acordo com uma pesquisa da consultoria Hinterlaces, 72% dos
venezuelanos acreditam que as medidas contra as rádios não são
prioritárias para o bem estar do país.
Mesmo assim, a medida não causou os protestos e a comoção
nacional que alguns previam, apesar de continuar dividindo opiniões.
"Eu diria que a situação é perfeitamente normal, porque se
está levando adiante um processo dentro da legalidade",
disse à BBC Mundo o analista político Alberto Aranguibel, que
defende a medida.
"Houve uma reação de um setor que agrupa empresas privadas
de radiodifusão, mas não houve maiores convulsões", diz
Aranguibel, que afirma, inclusive, que a medida recebeu o apoio
de algumas empresas.
Já Nelson Belfort, dono da CNB, disse que "ficou chocado por
ver um trabalho de gerações destruído pelo capricho de um
presidente (Hugo Chávez) que quer acabar com a liberdade de
pensamento e os meios independentes".
Fonte:G1